sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Capítulo 5 || A Lenda de Flogside


  Estava um dia frio, as nuvens impediam ver o sol e o vento soava parecendo uivos. «É um dia bom para correr» pensou Demi precipitando-se a vestir umas leggings pretas, um top cor de vinho tinto por baixo de um casaco azul e calçou suavemente os ténis mais confortáveis que tinha, o caminho a percorrer era longo. Sentia-se melancólica, passou a tarde sem vontade de fazer coisa alguma , estava claramente num dia «não» e a apenas passaria se fosse correr. 
  Desceu as escadas e foi à cozinha buscar uma garrafa de água, reparara que não estava lá Carlotta e ficara contente por não ter de dar satisfações.

- Onde vais, querida? - perguntou Carlotta vindo do corredor que dava acesso à cozinha.

- Vou correr, posso? - respondeu  ironicamente.

- Não fales assim comigo, Demetria.

- Como quer que eu fale se está sempre a controlar-me? Já irrita.

- É porque gostamos de ti e também porque agora estás sob a nossa responsabilidade, Demetria.

-Tanta preocupação, meu deus. Há alguém aqui que me possa fazer mal para vos preocupar tanto? - perguntou Demi notando que Carlotta tinha ficado nervosa.

- Não, claro que não, que disparate!
  
  Demi estranhou o comportamento da avó, mas não prestou a devida atenção porque até ela própria achava o que acabara de dizer um disparate. Dirigiu-se para a porta de saída e quando a abriu ouviu:

- Só não venhas tarde, a hora do jantar é às vinte horas.

  Assentiu com um aceno e começou a sua corrida. Já não corria fazia muito tempo, adorava sentir sentir o vento na cara fazia-a sentir-se mais leve, como se tivesse uma vida sem problemas. À medida que ia correndo podia ver vagamente algumas casas da pequena aldeia, muitas eram de xisto, com bonitas varandas de madeira e pequenos canteiros com flores frescas, a ideia de que Flogside seria uma boa região turística não saia da cabeça de Demi. Era sem qualquer sombra de dúvida uma aldeia bonita, mas também podia ver-se casas abandonadas, com janelas e portas partidas, estando maior parte delas invadidas por pássaros.
  Após algum tempo  a correr, começou a abrandar o ritmo até parar junto de uma casa relativamente grande. Tinha três janelas no andar de cima e apenas duas na parte de baixo da casa igualmente distantes à estreita porta de madeira cor faia. Reparara que estava um carro estacionado junto ao lado direito da casa, tinha o porta bagagens aberto com duas malas de viagem de cor turquesa e um saco preto. Demi não tinha  prestado muita atenção até ver que Miley a sair dentro da casa.

- Demi? O que fazes aqui? - perguntou Miley surpresa indo na direcção de Demetria.

- Tenho estado a correr e parei aqui para descansar um pouco... - respondeu Demi olhando para o carro.

- Sim, o carro é meu.

- Ah... Pois, calculei que sim. - disse abrindo a garrafa de água que tinha na sua mão levando-a à boca. - Pensava que já tinhas ido embora.

- Não, prefiro viajar ao fim do dia e também assim sempre fico mais tempo com os meus avós.

- Então, quer dizer que não vão contigo.

- Sim, não vão. Não os consegui convencer  a irem comigo, mas amanhã já vem o meu primo e vai ficar o resto do Verão.

- E tu? Não podias ficar o resto do verão?

- Não, e eu já te disse o porquê. - retorquiu Miley ficando subitamente chateada elevando o tom de voz.

- Não, na verdade não me disseste nada e se estivesses realmente preocupada ficavas aqui e tentavas descobrir o que realmente se está a passar. - disse no mesmo tom de voz. - Mas já vi que não me vais contar o que está a acontecer. Espero que faças boa viagem. 

  Demi virou as costas a Miley e retomou a sua corrida agora em direcção para a sua casa. Teve ainda tempo de ouvir «Tu vais perceber».
  Chegou a tempo ainda de tomar banho antes do jantar, como todos comera em silêncio. Estava aborrecida com a amiga de infância, não era propriamente o reencontro que pensara e isso deixava-a desapontada. Após os jantar foi para o quarto, estava tão cansada que deixou-se adormecer. 




  Acordara com a claridade. Esquecera-se completamente de fechar as persianas do quarto. Com os olhos ainda meio fechados foi apalpando a mesinha de cabeceira que tinha ao lado da cama à procura do telemóvel. Quando o encontrou premiu umas das teclas para ver as horas. Ficou surpreendida ao ver no visor 8h00. 
  Levantou-se e foi à casa de banho, tratou da sua higiene e depois voltou ao seu quarto para vestir um bikini, uns calções de ganga e top azul clarinho. Tinha vagas memórias de em criança ir para um lago que exista em Flogside. Costumava ir de manhã com os pais e mais à tarde com os amiguinhos, dos quais apenas se lembrava de Miley.
  Desceu as escadas e foi em direcção à cozinha onde encontrou os avós a conversarem enquanto tomavam o pequeno almoço. Ainda não tinham notado a presença de Demi e por isso aproveitou para ouvir a conversa.

- Tu não percebes que isso não é correcto? - perguntou John.

- Não sejas patético, ela já não é nenhuma criança.

- Mesmo assim, o que estás a fazer não está certo.

- Porque não? Diz-me.

- Porque pode magoar os sentimentos das pessoas.

- Não digas disparates!

- Tudo bem, tu é que sabes. Apenas te digo que quem vai sofrer mais com todo este plano vai ser a Demetria.

- Que dramatismo... - disse Carlotta impaciente

- Sendo assim, podias pelo menos esperar por outra altura para pôr o teu plano em prática. 

- Estão a falar de que plano? - perguntou Demi entrando na cozinha. Conseguiu ver a avó lançar um olhar de «conversa acabada» ao marido.

- Ora, o plano das festas de Verão. - disse rapidamente Carlotta. Demi sabia muito bem que estava a mentir mas ignorou.

- Bem, vou ao lago tomar banho, devo voltar pela hora do almoço, mas se quiserem almoçar sem mim não há problema.

- Está certo, querida. Mas toma o pequeno almoço primeiro.

  Demi dirige-se até ao cesto de fruta depositado em cima da bancada e tira uma maçã. Dá um longo suspiro e sai de casa fechando brutamente a porta.
  Começou a caminhar lentamente observando em redor. Podia ver-se o verde das árvores e plantas rasteiras. No meio da aldeia havia uma vasta zona cercada por onde andavam ovelhas e galinhas, quem tomava conta daquilo? Demi não fazia a mínima ideia. Quando era pequena Flosgide tinha mais movimento e alegria. Agora parecia em certas zonas que tinha entrado num filme de terror, estava sem cor e parecia abandonada. Por detrás da cerca haviam casas rodeadas por enormes pinheiros, mas, uma delas destacava-se. Era maior que as outras e tinha pelo menos oito janelas que aparentemente estavam todas fechadas. Em comparação com as restantes casas esta era muito bonita, mas tinha uma característica diferente: não era de xisto. Tinha ar de estar abandonada. Vivia ali alguém? Quem? Mais uma coisa que não sabia.
   O lago onde Demi ia tomar banho ficava na orla da floresta, logo, teria de passar ao lado da casa que ficava logo à entrada. Assim poderia vê-la melhor de perto, achava-a também claramente sinistra.
  Com tantos pensamentos em mente, não tinha sequer apercebido que já estava à entre a floresta. Deu mais alguns passos ficando em frente à casa. Tinha o pressentimento que alguém vivia ali, mas como com tais condições? Demi não tinha medo de nada, mas naquele momento estava com bastante, motivo pelo qual não sabia.
  Começou a preparar-se para continuar a caminhada até ao lago quando uma voz rompeu aquele silêncio perturbador:

- Posso saber o que a senhora faz aqui sozinha? - era uma voz masculina meia rouca que vinha de trás. Demi virou-se e viu um homem não muito mais velho que ela, deveria ter vinte anos,  não muito mais. Era alto, moreno, tinha uma boa forma física e tinha olhos verdos. Era bonito.

- É o dono desta casa?

- Não, nem faço questão de o ser. - respondeu a olhar assustado para a casa.

- Então não tenho de lhe dar justificações, estarei certa? - afirmou Demi com ar autoritário. O medo que tinha tido antes desapareceu por completo.

- Quem és tu? Nunca te tinha visto por aqui... - aparentemente apercebeu-se do rosto jovem de Demi e começou a tratar por «tu».

- Bem, já somos dois. - disse preparando-se para o abandonar e ir para o lago como tinha planeado. Parou ao reparar que estava acompanhado por um cão. Adorava cães, sempre quisera ter um, os pais nunca lhe fizeram a vontade. Abaixou-se para acariciar o cão de pêlo castanho claro. Era mansinho deixou-a afagar-lhe o pêlo.

- Joe e Stich.

- Desculpa? - perguntou ainda agachada a fazer festas ao cão mas virando-se para o homem.

- Chamo-me Joe e este... - disse aproximando-se de Demi e do animal fazendo-lhe também festas. - Chama-se Stich. E tu?

- Eu não digo o meu nome a estranhos, desculpa.

- Bem, eu pensava que já tinha feito as apresentações... - disse fazendo um sorriso torto. De qualquer forma fez com que Demi ponderasse se dizia o seu nome ou não.

- Começa por D Joe riu-se e decidiu entrar na brincadeira.

- E podes dizer em que letra acaba?

- Já é informação a mais... Vemo-nos por aí Joe. - disse fazendo uma última festa a Stich e virou costas a Joe que também não ficou muito tempo.

- Anda Stich! - exclamou ao começar a andar e ver que o animal não seguia. - Vamos, Sitch! - o animal continuava sentado no mesmo sítio a olhar para a casa como se sentisse a presença de alguém. - Anda lá, rapaz! - dito isto Stich levantou-se e começou a correr até ao dono.

  O que eles não sabiam era que estava mesmo alguém dentro da casa e que tinha ouvido tudo.




6 comentários:

  1. Ahhh super ameeei, tá mto top!!!
    sério poste mais ook?? n demore rum U.u
    vc escreve mto bem amor, bjokas bb

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ficamos contentes por teres gostado!

      Vamos postar brevemente.

      Obrigada :)


      Beijo

      Eliminar
  2. AHH!! Está perfeito!!... mas voltaram a parar quando não deviam!! CONTINUEM IMEDIATAMENTE!! Adoro isto, verdadeiramente! ^.^

    ResponderEliminar
  3. Continua
    Sou a jelenameusbebes.blogspot.com/
    Se puder le e comenta la tb

    ResponderEliminar